O Campeonato Pernambucano de 1990 foi disputado por 12 equipes (em 2 turnos de 2 fases): Santa Cruz, Sport, Náutico, Central, Estudantes, Santo Amaro, Sete de Setembro, América, Paulistano, Atlético, Ferroviário e Íbis.

Neste post iremos resgatar as principais partidas realizadas no 1º turno:


11/02/1990 - Pela penúltima rodada da 1ª fase do 1º turno o Santa Cruz empatou com o Sport em 0x0 jogando no Arruda. Com um ponto de vantagem em relação aos demais, disputaria a última partida da fase contra o América (que havia perdido todas as partidas até o momento) precisando apenas de um empate.



Atacante Marcelo Rocha se livrando da zaga.



Zagueiro Marcão não deu chance ao atacante Edmílson



Apesar de 0x0 a torcida aplaudiu as duas equipes ao final do jogo


Santa Cruz: Raul, Marinaldo, Marcão, Tanta e Eduardo; Sérgio China, Mázio e Mazinho; Leto, Marcelo Rocha (Luis) e Wanks (Ragner).
Técnico: Erandir Montenegro
Sport: Márcio, Valtinho (Dinho), Aílton, Márcio Alcântara e João Pedro; Lopes, Agnaldo, Joécio e Sérgio Alves; Marcos Vinícius (Adriano) e Edmílson.
Técnico: Lori Sandri

Árbitro: Aristóteles Cantalice
Auxiliares: José Araújo e Arlindo Maciel
Renda: Cr$: 1.007.240,00
Público: 25.720 pagantes




14/02/1990 - Santa Cruz 3x0 América (Gols de Marcelo Rocha, Wanks e Leto) - Santa conquista a 1ª fase do 1º turno. Em 7 jogos, venceu 6 partidas e empatou uma com o sport em 0x0, marcou 19 gols e sofreu apenas um (Marcado por Bizú de pênalti, na vitória do Santa por 2x1 sobre o Náutico nos Aflitos).



Marcelo Rocha de cabeça marcava o 1º gol da partida e o seu 9º gol no campeonato.



Santa Cruz: Raul, Marinaldo, Fernando Silva, Tanta e Eduardo; Sérgio China, Mázio e Mazinho; Leto, Marcelo Rocha (Ragner) e Wanks.
Técnico: Erandir Montenegro
América: Eduardo, Marcos, Luciano, Luis Pereira e Gena; Robson, Lira (Beto) e João Robson (Helinho); Robélio, Sérgio e Nilson.
Técnico: Caiçara.

Árbitro: Gilson Cordeiro
Auxiliares: Romildo Queiroz e Luís Gonçalves.
Renda: NCz$: 97.620,00
Público: 2.662 pagantes.


11/03/1990 - Santa Cruz 1x0 Náutico (Gol de Mázio, o craque "Brahma" da partida). Jogo válido pela 2ª fase do 1º turno. Santa Cruz completava a sua 13ª partida de invencibilidade. Faltando apenas duas rodadas para o término do turno.





Mázio faz o gol após cruzamento de Leto



Mázio corre pra comemorar com sua torcida.



Mazinho (de costas) e Leto enfrentando a zaga do náutico




Goleiro Raul defende o chute de Bizú.


 
Em mais uma tentativa, Raul venceu o goleador Bizú.



Mázio na marcação


Santa Cruz: Raul, Marinaldo, Marcão, Tanta e Eduardo; Mázio, Ataíde e Sérgio China; Leto, Mazinho e Marcelo Rocha (Luis Simplício).
Técnico: Erandir Montenegro
Náutico: Celso, Luiz Cláudio, Freitas, Flávio (Lúcio Surubim) e Célio Gaúcho; Gena, Aroldo e Erasmo (Marcão); Léo, Bizú e Augusto.
Técnico: Nereu Pinheiro

Renda: NCz$: 1.108.600,00
Público: 25.146 pagantes
Árbitro: Gilson Cordeiro
Cartão Amarelo: Gena, Augusto e Bizú (Náutico), Marinaldo e Eduardo (Santa Cruz)


14/03/1990 - Em uma partida onde a arbitragem foi bastante duvidosa (Tendenciosa), o Sport empatava com a equipe do Estudantes em 0x0, onde o jogador Dinho (Sport) perdeu um pênalti defendido pelo goleiro Wellington. Nesta partida o árbitro ARLINDO MACIEL (auxiliado por ROMILDO QUEIROZ e ERNANDE CARNEIRO), expulsou 5 jogadores do Estudantes, sendo 2 jogadores no primeiro tempo e 3 no segundo tempo, deixando a equipe sem o número suficiente de atletas para disputar a partida até o final do tempo regulamentar. A partida foi encerrada aos 10 minutos do 2º tempo, beneficiando o Sport, que pelo regulamento do campeonato de 1990, através do artigo 25, lhe garantiu uma vitória por 2x0.



18/03/1990 - Na Ilha do Retiro, Sport e Santa Cruz disputavam a última rodada da 2ª fase do 1º turno e o Santa Cruz jogava pelo empate para ser campeão do turno. O Sport vencia o Santa Cruz por 2x0 até os 18 minutos do 2º tempo, quando Wanks fez o primeiro gol tricolor e aos 44 minutos o árbitro Óseas Gomes marcou um pênalti legítimo do goleiro Paulo César do Sport no atacante Marcelo Rocha. O atacante Mazinho já se preparava para a cobrança do pênalti quando parte dos refletores do estádio se apagam, não demorou e todos os refletores do estádio se apagaram a mando da diretoria rubro negra, pois todo o entorno do estádio tinha energia elétrica, a falta se dava apenas no estádio da Ilha do Retiro e justamente no momento da cobrança do pênalti, onde a marcação do gol resultaria no título para o Santa Cruz. O árbitro, assim como manda a regra, aguardou por 30 minutos o restabelecimento que não aconteceu, dando a partida por encerrada. O interessante é que a torcida do Santa Cruz acompanhou o fato até o final e saiu do estádio aos gritos de "É Campeão..."

Comentários dos dirigentes sobre o fato ocorrido:

"É lamentável que isto ocorra, justamnte quando o campeonato vinha tão bem. Os dirigentes do Sport, ao autorizar que funcionários desligassem os refletores, domonstraram falta de equilíbrio, desrespeitando o público que conseguiu, com sacrifício, dinheiro para assistir ao jogo. Esperamos que antes do Tribunal, ocorra tomada de posição por parte da Federação"  
Dirceu Menelau - Presidente do Santa Cruz

"O regulamento é claro e o Santa Cruz não pode ser penalizado por um ato que não partiu dele. O próprio presidente do Conselho Deliberativo do Sport, Homero Lacerda, deu entrevistas confirmando que o Sport havia provocado a interrupção da energia nos refletores..." 
José Luís Libonetti - Advogado do Santa Cruz

"Não se pode aceitar um fato dessa natureza num campeonato tão bem disputado. Para ganhar o turno o Sport teria que nos vencer três vezes. Imagine se essa partida fosse a decisão do campeonato. O Sport precisa ser punido, porque se o Tribunal assim não agir, abrirá um precedente perigoso no futebol Pernambucano." 
Natan Alexandrino - Diretor de Futebol do Santa Cruz

"Os dirigentes do Sport são os responsáveis por isso, chegando até mesmo a apagar as luzes das arquibancadas, quando poderia provocar uma tragédia. Não se usam mais estes métodos".
Romerito Jatobá - Departamento de Futebol do Santa Cruz

"Quando faltavam alguns minutos para o término da partida eu desci até o vestuário e fiquei conversando com o nosso meio-campista Dinho. Tão logo as luzes apagaram, saí em companhia do repórter Jorge Soares, da Rádio Clube, para tomar as providências cabíveis. Nos dirigimos até a casa de força e lá os policiais que estavam de serviço, nos asseguraram que nenhuma pessoa havia entrado no local. Em conversa com o eletricista, ele nos informou que achava ter sido um "curto-circuito".
Severino Otávio - (Vice) Presidente do Sport em exercício

"Os fatos que ocorreram foram reflexo do que ocorreu em 1983 quando o meu time perdeu um campeonato..."
Homero Lacerda - Presidente do Conselho Deliberativo do Sport (Deixando claro que a luz foi apagada de propósito)


"O campeonato não tem efeito suspensivo e a partida de quarta-feira está marcada. Esses fatos vão para o TJD julgar. O que pode vir a acontecer é o Santa Cruz entrar com uma liminar e pedir a suspensão da partida."
Fred Oliveira - Presidente da FPF

"...O árbitro do jogo estava mal e o clube teve que partir para outras coisas..."
Moacir Veloso - Advogado do Sport




Jogo disputado na Ilha do Retiro



Ramón (camisa 9) de cabeça, marcava o primeiro gol do Sport



Wanks marca o 1º gol do Santa Cruz



O Lance do pênalti (que não foi cobrado) em Marcelo Rocha



O arbitro Oséas Gomes protegido pela polícia

19/03/1990 - Após uma reunião entre os diretores da Federação Pernambucana de Futebol, sai a decisão que o Sport foi o causador da falta de iluminação e o resultado de 2x1 para o Sport é declarado nulo. Na aplicação do regulamento do campeonato de 1990, o Sport foi punido com a aplicação de uma derrota por 2x0. Com isso o Santa Cruz sagrou-se Campeão do 1º Turno.


Fred Oliveira (Presidente da FPF) assinando o ato administrativo que declarava o Santa Cruz vencedor da partida pelo placar de 2x0 e legítimo campeão do 1º turno.

20/03/1990 - O Sport consegue um mandado de garantia no Tribunal de Justiça Desportiva, despachado pelo juiz Marcionilo Lins, onde o mesmo afirmava desprezar liminares e ao mesmo tempo tornava sem validade o ato administrativo baixado no dia anterior pela FPF, que sagrava o Santa Cruz vencedor da partida pelo placar de 2x0. De posse deste documento, o Sport foi pressionar o Presidente da FPF para que marcasse a partida extra para decidir a segunda fase. Diante de tanta confusão, foi marcada uma audiência dia 23/03 no TJD para julgar o mérito.


23/03/1990 - Foi realizada uma reunião no TJD para apreciar o processo movido pelo Sport. Os membros do TJD que compareceram à sessão: A reunião foi presidida por Marcionilo Lins, o relator do processo foi Marcelo Raposo, participrando ainda: Fernando Ribeiro, Carlos Alberto Oliveira, Jorge Tasso de Souza, José Porto, Lúcio Jatobá, Joaquim Dias e Pedro Fernandes. O procurador foi Roberto Ivo, que não vota. O Resultado final da reunião foi uma vitória de 9 votos a 0 pela ratificação da decisão da FPF em definir o Santa Cruz como o legítimo Campeão do 1º turno e vencedor da partida por 2x0. Como punição o Sport perdeu um mando de campo e, assim como era o regulamento da época, teve que ceder a maior parte da renda ao Santa Cruz (60%), vencedor da partida.




Após 4 horas de reunião no TJD, o Santa Cruz foi declarado legítimo campeão do turno por 9 votos a 0.


O Santa Cruz terminou o 1º turno invicto, com a seguinte campanha:


Primeira fase

Estudantes 0x2 Santa Cruz
Náutico 1x2 Santa Cruz
Santa Cruz 6x0 Sete de Setembro
Central 0x1 Santa Cruz
Santo Amaro 0x4 Santa Cruz
Santa Cruz 0x0 Sport
Santa Cruz 3x0 América

Segunda Fase

Santa Cruz 1x0 Central
Paulistano 0x1 Santa Cruz
Santa Cruz 6x0 Estudantes
Santa Cruz 1x0 Náutico
Santa Cruz 3x0 Santo Amaro
Sport 0x2 Santa Cruz




Time base campeão do 1o turno.
Em pé:
Eduardo, Raul, Tanta, Marcão e Marinaldo.
Agachados: Leto, Mázio, Ataíde, Sérgio China, Mazinho e Wanks.




3 comentários :

Marcos Velloso disse...

Parabéns pelo blog.

Muito bom!

Unknown disse...

A bola na trave de mazinho no último jogo da final não entrou. Ninguém disse que entrou e não há nenhum registro de que aquela bola tenha entrado. E a imagem mostra isso!

Unknown disse...

Só se fala do gol mal anulado de Márcio Alcântara, mas durante o campeonato marcaram o Santa em várias ocasiões